Estranho Viajante, vem

1
Estranho Viajante, vem,
Vou inda apegar-me a Ti;
Meus companheiros já não são,
E só, Contigo, estou aqui;
Contigo luto e vou ficar,
Até o dia clarear.
2
Quem sou e minha condição,
Não Te preciso declarar;
Me chamas pelo nome então,
Em Tuas mãos meu nome está;
Mas quem és Tu? pergunto eu;
Agora diz-me o nome Teu.
3
Em vão procuras Te livrar,
Não vou deixar-Te ir, Senhor;
És quem morreu em meu lugar?
Eis o mistério desse amor.
Lutando, aqui Te vou reter,
Teu nome e natureza ver.
4
Depressa cede, fraco estou,
Mas confiante a desejar
Que fales ao meu coração,
Que Te conquiste o meu rogar;
Sim, fala; ou não irás, Senhor,
Me diz: Teu nome é Amor?
5
Sim, é Amor! Percebo então,
Porque morreste aqui por mim;
Eis a manhã, as sombras vão:
Universal Amor és, sim.
Teu nome e natureza é
Amor, que jorra em mercê.
6
Embora manco, subjuguei
Inferno, terra e pecar.
De gozo salto, em frente irei,
Qual corça, montes vou galgar,
Provar pra sempre, ó Senhor,
Que o Teu nome é Amor.